Ausento-me da visão
Quero fechar-me
Tento em vão
Quero fechar-me
Tento em vão
Outros sentidos preenchem
O vazio deixado pelas imagens
Outros mundos se fazem
Cores ganham formas disformes
Visíveis com óculos de outras sensações
O vazio deixado pelas imagens
Outros mundos se fazem
Cores ganham formas disformes
Visíveis com óculos de outras sensações
Cerrar-se em si
É abrir-se a outro mundo
Escuro, abismal
Mares de cores sem olhos pra ver
Como se a luz insistisse,
Teimando em entrar por outros orifícios
É abrir-se a outro mundo
Escuro, abismal
Mares de cores sem olhos pra ver
Como se a luz insistisse,
Teimando em entrar por outros orifícios
Nariz, boca, ouvidos
Cada poro respira pelos olhos
O brilho da luz se perde em manchas desconexas
Que insistem em grudar na retina
Na parede do cérebro
No mural da alma
Cada poro respira pelos olhos
O brilho da luz se perde em manchas desconexas
Que insistem em grudar na retina
Na parede do cérebro
No mural da alma
Fechar os olhos
É ouvir o que se vê
Cheirar o que se avista
Tocar a nítidez
É ouvir o que se vê
Cheirar o que se avista
Tocar a nítidez
Ausentar-se dos olhos
É comer o desapercebido
Fechar-se é ilusão.
É comer o desapercebido
Fechar-se é ilusão.